Daniel Ricciardo, conhecido por sua simpatia e carisma, é um dos pilotos mais queridos da Fórmula 1. Porém, nesta quinta-feira, ele recebeu a notícia que muitos fãs temiam: sua dispensa pela Red Bull Racing. Aos 35 anos, Ricciardo já sabia que o Grande Prêmio de Singapura poderia marcar sua última corrida na categoria. Essa possibilidade se confirmou quando a equipe o chamou para os boxes antes da volta final, permitindo que ele tentasse a volta mais rápida da corrida.
E ele conseguiu! Não só cravou a volta mais rápida, como ainda tirou um ponto de Lando Norris, um dos principais concorrentes ao título. Indiretamente, essa manobra beneficiou Max Verstappen em sua busca pelo quarto título consecutivo. Após cruzar a linha de chegada, Ricciardo permaneceu no carro por mais tempo que o normal, como se quisesse prolongar o sabor daqueles últimos momentos na F1.Quando finalmente saiu do carro e caminhou em direção ao paddock, foi recebido com uma calorosa ovação dos fãs e apoiadores, que formaram uma espécie de "guarda de honra" para o australiano. Ele reconheceu o carinho e, embora tentasse manter a compostura, era visível o peso da despedida.
No domingo, Ricciardo admitiu que aquele seria provavelmente seu último GP. Ele esperava que sua passagem pela equipe RB pudesse ser um trampolim para um retorno à Red Bull principal, mas o "final de conto de fadas" não se concretizou. Em 14 temporadas, Ricciardo venceu oito corridas, com sua última vitória ocorrendo em Monza, em 2021, pela McLaren.
Após a temporada de 2022, ele foi comprado de seu contrato com a McLaren e retornou à Red Bull como embaixador. Isso o levou a disputar sete corridas pela equipe irmã da Red Bull em 2023. Contudo, mesmo com uma vaga garantida para 2024, Ricciardo não conseguiu impressionar: em 18 corridas, somou pontos em apenas três ocasiões.
Laurent Mekies, diretor da equipe RB, fez questão de elogiar o piloto em sua despedida: “Todos aqui na VCARB gostariam de agradecer a Daniel por seu trabalho duro nas últimas duas temporadas. Ele trouxe muita experiência e talento para a equipe, sempre com uma atitude fantástica, o que ajudou a promover um espírito de equipe unido.”
Mekies também destacou a personalidade única de Ricciardo: “Daniel é um verdadeiro cavalheiro dentro e fora da pista, e seu sorriso sempre iluminou o ambiente. Ele fará falta, mas sempre terá um lugar especial na família Red Bull.”
Apesar de suas conquistas, o melhor resultado de Ricciardo no campeonato foi um terceiro lugar, alcançado em 2014 e 2016. Esses foram os anos de domínio absoluto da Mercedes, e Ricciardo, então na Red Bull, foi considerado o melhor do restante do grid.
A chegada de Max Verstappen à equipe em 2016 fez com que Ricciardo fosse gradualmente assumindo um papel de coadjuvante. Buscando novos ares, ele se transferiu para a Renault em 2019, mas sua carreira não decolou como esperado. Em 2021, na McLaren, foi amplamente superado por seu companheiro de equipe, Lando Norris.
Mesmo assim, Ricciardo deixou uma marca indelével na Fórmula 1, especialmente como um dos principais rostos da popularização do esporte nos Estados Unidos, impulsionada pela série “Drive to Survive” da Netflix. Curiosamente, apesar de sua fama nos EUA, ele nunca demonstrou interesse em seguir carreira no automobilismo americano. Em Singapura, Ricciardo revelou que a ideia de correr em circuitos ovais da Indy o “assustava”.
Quanto ao futuro? Ele ainda não sabe ao certo. “Quando entrei na F1, todos me viam como o cara feliz, o cara legal, mas eu sempre tive um instinto assassino”, disse Ricciardo em uma entrevista durante a temporada de 2018. “Eu acredito que posso ser campeão mundial, e para mim é simples: por que mais eu estaria fazendo isso?”
Com a saída de Ricciardo, o neozelandês Liam Lawson será o escolhido para terminar a temporada ao lado de Yuki Tsunoda. Lawson já participou de cinco GPs em 2023, com seu melhor resultado sendo um nono lugar. Ele substituiu Ricciardo após o acidente que quebrou sua mão em Zandvoort.
Lawson, que é piloto reserva da Red Bull desde 2022, fez sua estreia justamente em Zandvoort e aproveitou bem suas oportunidades, somando pontos importantes para a equipe. “Estamos muito felizes em dar as boas-vindas a Liam de volta”, afirmou Mekies. “Ele já conhece bem a equipe e lidou com situações difíceis na última temporada, então será uma transição natural.”
Agora, a Red Bull se concentra no restante da temporada com Lawson e Tsunoda, enquanto Ricciardo se despede, deixando para trás um legado de paixão, habilidade e muita alegria na Fórmula 1. O que o futuro reserva para ele? Só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: Daniel Ricciardo sempre terá um lugar especial no coração dos fãs e na história da Fórmula 1.